E agora, Joseph?

A confiança acabou,
O Lemmon Brothers quebrou,
O dinheiro sumiu,
O consumo esfriou,
E agora, Joseph?
E agora, você?
Você que é o Banco,
que rouba dos outros,
você que especula,
que lucra e empresta,
e agora, Joseph?

Está sem horizonte,
Está sem recurso,
está sem dinheiro,
já não pode vender,
já não pode roubar,
mentir já não pode,
e o desemprego chegou,
o recurso não veio,
a ajuda não veio,
o riso não veio,
não veio seu bonus,
e tudo acabou,
e tudo fugiu,
e tudo desvalorizou,
e agora, Joseph?


e agora, Joseph?
suas doces opções,
suas ações e ativos,
suas transações e derivativos,
sua burla e usura,
sua bonificação,
sua lavra de ouro,
seu telhado de vidro,
sua incoerência,
que ódio – e agora?


Com a chave na mão
quer abrir o cofre,
não existe cofre;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para outro emprego,
Emprego não há mais.
Joseph, e agora?

Se você emprestasse,
se você cuidasse,
se você não operasse,
a ética do non-sense;
Se você dormisse
ou pelo menos não fosse,
este grande imbecil;
Se você ao menos morresse…
Mas você não morre,
e você é burro, Joseph !


Sozinho do escuro
do livre-mercado,
sem econômia,
sem credibilidade sua
para se apoiar,
sem consumo pungente,
que permita um calote,
você continua…
Joseph, pra onde?
 
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