E agora, Schmitz?
A privacidade acabou,
O MegaUpload fechou,
Meu download sumiu,
E a pornografia minguou,
E agora, Schmitz?
E agora você?
Você que é sem nome,
Que ‘cutuca’ os outros ,
Você que faz ‘mêmes’,
Que curte, protesta?
E agora, Schmitz?

Está sem acesso,
Está sem seus vídeos,
Está sem joguinhos,
Já não pode baixar,
Já não pode enviar,
Acessar já não pode,
O FBI chegou,
O dia não veio,
O arquivo não veio,
O vídeo não veio,
não veio a utopia,
e tudo acabou,
e tudo fugiu,
e tudo moRfou,
e agora, Schmitz?

E agora, Schmitz?
Seu banco de dados,
Seu período de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
Seu ócio – e agora?

Com a senha na mão,
quer abrir o site,
não existe site;
quer fugir para o mar,
mas o passaporte mixou;
Quer ir para Minas,
Minas não há mais.
Schmitz, e agora?

Se você pagasse,
se você temesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você cedesse…
Mas você não cede,
E agora está duro, Schmitz.

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogomia,
sem um site seguro,
para se hospedar,
sem habeas corpus
que permita fugir a galope,
você marcha, Schmitz!
Schmitz… Para onde?


 


 

 

 

 
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